Njinga: a Rainha que não se ajoelhou
Uma ode contemporânea à mulher que desafiou impérios e se tornou símbolo eterno de poder feminino africano.
Dizem que, numa das suas primeiras audiências com os embaixadores portugueses, a princesa Njinga, em missão diplomática pelo reino de seu pai, foi recebida sem trono. O protocolo sugeria que se sentasse no chão — um gesto simbólico de submissão. Em resposta, mandou que um dos homens da sua comitiva se ajoelhasse, e sobre ele se sentou, ereta, imperturbável. Não como provocação, mas como ensinamento. Cada gesto seu era uma mensagem silenciosa: “Não vim para me curvar. Vim para comandar.”
Njinga não nasceu para reinar, mas também não nasceu para obedecer. Filha do rei de Ndongo, cresceu entre as tensões da corte e as ameaças do mundo colonial. Viu irmãos disputarem o poder, viu o seu povo cair nas redes do tráfico de escravizados, viu o avanço de um império que não vinha apenas com cruzes — vinha com correntes. E, ao ver tudo isso, aprendeu a arte de dizer não.
A ascensão da heroína
No século XVII, o mundo era um tabuleiro de forças — e Njinga tornou-se mestre nesse jogo. Assumiu o trono de Ndongo e, mais tarde, fundou o reino de Matamba, onde estabeleceu uma base de poder matriarcal, autónoma, resistente. Governou com diplomacia e espada, com alianças estratégicas e inteligência espiritual. Usou o cristianismo como ferramenta de negociação, mas sem nunca abdicar da sua essência africana.
Não foi rainha por imposição divina — foi por conquista. E conquistou não só territórios, mas o respeito de aliados e inimigos. Por mais de três décadas enfrentou os portugueses, traçando alianças com outros povos africanos e europeus, criando estratégias que confundiam generais e desafiavam tratados.
Não era só uma guerreira. Era estratega, diplomata, visionária. Cada batalha que travava era também uma afirmação do seu lugar no mundo — e do direito à autodeterminação de um povo.
Quando a história se torna espelho
Njinga atravessou os séculos não apenas como personagem histórica, mas como símbolo. Ela representa a mulher que se levanta quando todos esperam que ela se submeta. A que negocia em pé de igualdade. A que lidera com firmeza, sem perder a alma. A que entende que ser feminina não é ser frágil — é ser complexa, múltipla, indomável.
Hoje, o seu nome ecoa em estátuas, ruas, escolas, teatros e livros. Mas o verdadeiro eco de Njinga está no íntimo de cada mulher que, diante de uma escolha difícil, se lembra que tem o direito de escolher. Está em cada corpo que resiste, em cada voz que não se cala, em cada beleza que não pede desculpa por existir como é.
A rainha dentro de nós
Na Omukai, olhamos para Njinga não como uma relíquia do passado — mas como uma ancestral que nos guia. O seu legado é um convite à reconexão com a nossa força original. Com a natureza que vive em nós. Com a sabedoria que se transmite pelo sangue, pela terra, pela pele.
Ser mulher, hoje, é também herdar essa coragem. É caminhar com consciência, com beleza, com raízes. É cuidar do corpo como quem cuida de um reino sagrado. É não se ajoelhar perante ideais que não nos servem. É ritualizar o dia a dia — como quando aplicamos a Água-de-Colónia Omukai, feita a partir do óleo essencial da madeira de Sândalo Africano, planta nativa da Huíla, símbolo de força, presença e identidade. Um gesto simples, mas cheio de intenção: afirmar o nosso lugar, com delicadeza e firmeza.
Njinga vive. Em mim, em ti, em todas nós.
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Referências Bibliográficas
Serbin, Sylvia. Njinga Mbandi: Rainha de Ndongo e Matamba. UNESCO, Série Grandes Mulheres da História Africana. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000230931. Acesso em: 12 de maio de 2025.
Wikipedia. “Nzinga of Ndongo and Matamba”. Wikipedia – The Free Encyclopedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Nzinga_of_Ndongo_and_Matamba. Acesso em: 12 de maio de 2025.
Encyclopaedia Britannica. “Njinga, Queen of Ndongo and Matamba”. Encyclopaedia Britannica Online. Disponível em: https://www.britannica.com/biography/Njinga. Acesso em: 12 de maio de 2025.
Araújo, Marta. “Njinga Mbandi: o símbolo da resistência africana face ao colonialismo”. Conexão Lusófona. Disponível em: https://www.conexaolusofona.org/njinga-mbandi-o-simbolo-da-resistencia-africana-face-ao-colonialismo/. Acesso em: 12 de maio de 2025.